terça-feira, 22 de novembro de 2016

KIRITIMATI / TARAWA / KIRIBATI / OCEANIA - Viajando para o futuro chegamos primeiro no novo ano, mas sabíamos que o passado nos esperava




MINHA VIAGEM PARA "BAIRIKI" / "KIRITIMATI" / TARAWA / KIRIBATI / OCEANIA

Uma das viagens mais legais que já fiz, sem dúvidas foi para a República de Kiribati na Oceania, mais precisamente para a pequena cidade de Bairiki e Kiritimati.
Havia muitos motivos para nós fazermos esta viagem e passar o réveillon neste pequeno, mas extraordinário país da Oceania, que eh composto de 24 ilhas, mas somente 8 delas eh habitada.

Primeiro, porque os cientistas dizem que este país, com pouco mais de cem mil habitantes  irá desaparecer em no máximo 60 anos, devido ao aquecimento global e consequente subida dos níveis dos oceanos. Então, quem puder, vá conhecê-lo, porque ele poderá, num futuro bem próximo, fazer parte somente dos livros de história. E você só poderá conhecê-lo nas bibliotecas ou em algum documentário na tv.

Segundo, porque eh o único lugar da terra onde você pode estar em quatro lugares diferentes ao mesmo tempo. Bem, teoricamente sim, porque as ilhas que forma o país estão nos quatro hemisférios da terra, mas não podemos estar nas quatro ilhas ao mesmo tempo. Mas isso não diminui a sensação de estar em quatro lugares diferentes, teoricamente, ao mesmo tempo. 

Terceiro, porque podemos viajar para o futuro, sem precisar de máquina do tempo e sem precisar de ir para o espaço ficar viajando anos e anos. Isto porque a pequena cidade de Kiritimati, que tem cerca de 5 mil habitantes, tudo chega primeiro. Eh o primeiro lugar da terra onde o ano novo chega. Assim na virada do ano que passamos lá, entramos no ano novo enquanto todo o resto da terra estava no ano velho. Teoricamente então, estávamos no futuro e todo o restante do planeta estava no passado. Eh uma sensação muito legal saber que você chegou na frente e os outros seguem apenas suas pegadas.
Quarto, porque podemos conhecer um pouco da cultura, dos sabores, do cotidiano deste povo sorridente, receptivo, acolhedor e esperançoso com a possível mudança de seu país para um local seguro.
Visitamos um museu muito show de bola onde retrata um pouco da história de Kiribati, assim você vai entender melhor a história deste Atol. Soubemos inclusive que neste país, antes de 1995, devido a linha Internacional de Data, o Oeste do país era Domingo de manhã e o Leste era sábado de manhã. Interessante, o pais vivia em dois dias diferentes. Muito show de bola isso. Mas em 1995 realinharam a Linha Internacional de Data e acabaram com essa peculiaridade de Kiribati. 
Nesta onda de estar no futuro, fomos até o extremo de Kiritimati, onde o dia chega primeiro e consequentemente o ano. Claro, até onde nos permitiam ir. Depois da euforia da virada do ano fomos para nossa pousada dormir e esperar o resto do mundo entrar no ano novo.
No dia seguinte, com um guia turístico fomos aproveitar o que de bom tem em Kiritimati. Passeio de barco pelas ilhas, mergulho nestas águas super claras (eu nem pensar em fazer isso), praia e pescar em alto mar.
Meus amigos gostaram da ideia de pescar em alto mar e lá fomos nós. Alugaram tudo para esta pescaria com o próprio guia. Eu não curto pescaria, mas não gostaram da ideia de me deixar sozinho na vila (diziam que tinha medo que eu provocasse o sumiço da ilha antes mesmo do nível do mar subir). Eles sempre gostam de lembrar os fatos inusitados que aconteceram comigo, como se estas coisas acontecessem só comigo. Mas enfim, fui para a tal pescaria.
A ideia era ir para alto mar, mas como a turma ficou meio que com medo do alto mar, o barco não parecia tão seguro assim e me zoavam dizendo que eu podia afundar o barco, embora o guia sabia muito bem o que estava fazendo, decidiram pescar no "baixo" mar mesmo. 
Pareciam que nunca tinham participado de uma pescaria antes, embora no mar nunca tinham pescado mesmo. Estavam fazendo uma bagunça com as linhas, com os os anzóis, deixando o guia meio desorientado por nunca ter visto tantos amadores num barco só.
Quando conseguiam desembraçar as linhas e tentavam lançar a isca no mar, fazia o lançamento com a vara, mas o anzol nem saia do barco. Eu ria muito daquilo tudo, porque se fosse comigo diriam que eu sou desastrado e lerdo. Mas eram com meus amigos e então tratei de rir muito da situação, afinal, não era todo dia que tinha motivos para zoar deles, então aproveitei.
Diante de tanta confusão de linhas e anzóis, fui ajudar o guia a desembaraçar as linhas. Quando fazia isso, um de meus amigos com a vara na mão lançou a isca ao mar. Mas era justamente a linha que eu estava desembaraçando. Ao fazer isso, o anzol entrou na minha mão na parte de dentro do dedão. Doeu muito e eu comecei a gritar e espernear gritando por socorro, pedindo para tirarem logo o anzol. Meus amigos pediam para eu parar de gritar senão iam achar que eu estava afogando. Mas doía muito, muito mesmo, no que eu comecei a não me sentir muito bem. O anzol tinha entrado com a fisga para dentro da minha mão e não tinha como puxá-lo. Teria que ir para um hospital para fazerem isso. Cortaram a linha próximo ao anzol e fomos nós para o atendimento médico mais próximo. O médico retirou o anzol, enfaixou minha mão que assim ficou por um bom tempo. 
Depois que saímos do atendimento médico, falei com meus amigos que a culpa daquela vez, de ter acontecido alguma coisa, não era minha. Mas eles disseram que eu não precisava fazer nada, só de estar em algum lugar já era um risco total. (Não achei graça nenhuma)
No fim, voltamos para o passado, quero dizer, seguimos nossa viagem para darmos a volta ao mundo.
Este destino foi o mais inesquecível de todos, porque pude viajar no tempo, começar o ano novo primeiro que todo o planeta, num país que eh um verdadeiro paraíso na terra e que futuramente não poderá existir mais. 
Foi muito show de bola, foi pra nunca esquecer.


 VALEU PELA VISTA / ATÉ A PRÓXIMA

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